Com menta naquele lugar. É bom.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ele voltou!


Impressionante como o cigarro interfere na vida das pessoas. Primeiramente você dá uma tragada, ainda engolindo fumaça, porque quer impressionar alguém, ter um novo estilo, mostrar aos outros uma coisa que não faz parte de você. Nessa primeira fase você fica conhecido como "o sufocador de cigarros". Em seguida, depois de alguns meses pedindo cigarro para todo mundo, você respira fundo e compra seu primeiro maço. Ao comprar seu primeiro maço, você automaticamente assina sua sentença de morte, e a partir daí são maços e mais maços. No início um maço dura quase uma semana, depois passa a durar 3 dias, e quando percebe, fuma meio maço por dia.
Dez cigarros por dia, é a cota ideal para todo fumante não morrer de câncer, porém o vício começa entrar em ação. Um maço por dia, isso já te preocupa, mas geralmente não damos muita bola para a consciência, e é só prestar atenção e vamos ver que já estamos comprando o segundo maço durante aquele dia. A partir daí é sentar e esperar o pior.

Há alguns dias passei muito mal decorrente do cigarro. No dia seguinte coloquei na minha cabeça que deveria parar. Fiquei exatamente 24 horas sem fumar um único cigarro. Foi o dia mais difícil de minha vida. A abstinência foi bruta comigo. Me bateu, me humilhou, riu de mim, me torturou físicamente e psicológicamente. Um tremendo filho da puta. Dediquei quase um chevete 89 a esse cara, e ele retribui com tortura. Sinais de meus abalos psicológicos estão no Post abaixo, onde, em um estado de loucura, deliro ao falar dos dias da semana. Estava fora de mim.
Porém, a primeira coisa que fiz ao acordar depois do dia de abstinência foi consequentemente comprar um maço de cigarro. Tirei a pedra que fechava sua prisão e o ressucitei. Com certeza me fará muito mal, porém menos mal do que ser torturado por você mesmo. Uma tortura onde o seu limite nunca é o bastante.
Um dia irei parar. Se não for em vida, com certeza na morte, então um conselho que deixo para aqueles que por acaso venham a colocar um cigarro na boca é: Coloque!. Assim não morrerei sozinho, levarei milhões comigo.

sábado, 4 de abril de 2009

Diário avesso


Nada como acordar, tomar um banho, sentar-se à mesa e tomar seu café tranquilo, em paz, com um cigarrinho pra acrescentar nessa harmonia. Pois não foi assim nesse primeiro sábado de abril, no qual o chamarei de sábado1, tal razão para chama-lo assim é pelo fato de ser meu primeiro sábado sem cigarro nesses últimos 3 anos, em que alimentei meu pulmão com bastante fumaça Marlboriana. Assim, daqui por diante os dias da semana em que fico sem cigarro se chamarão respectivamente domingo1, segunda1, terça1, quarta1, quinta1, sexta1, sábado2, domingo2, e daí por diante.
Acredito que serão dias bem difíceis, pois o cigarro é um grande companheiro de anos em minha vida. deixá-lo assim não será muito simples. A partir de agora, este meu grande amigo morreu.

Nesse "sábado1" está indo tudo muito bem. Muita saudade dele. Muitas lembranças. Boas lembranças. Queria ter dito "eu te amo" pela última vez a ele, mas infelizmente não foi assim. Ele me deixou ao cair de minha orelha naquela ladeira, onde desciámos de bicicleta, e num movimento rápido, o vi deitado no chão, no qual logo atrás de mim vinha um carro que passava por cima dele. Foram pequenos segundos agoniantes. Pensei em voltar rápido para pegar, mas já era tarde, e o que restou pra mim, agora é saudade. Sinto uma rápida vontade de chorar. Aquele cigarro, aquele único cigarro representava um novo ciclo para mim, iríamos enfrentar isso juntos, mas agora estou sozinho nessa grande batalha. Seja onde ele estiver, ele está torcendo para mim. Acredito eu.