Com menta naquele lugar. É bom.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vermelho Cor de Sangue - Parte 13

- Segue, vira na segunda à direita, e tu vai encontrar a Casa 191, beleza?
- Valeu!

Uma rua de paralelepípedos, suja, com lixo pelas calçadas, onde na verdade a "segunda à direita" era uma viela escura, com uma placa vermelha em neon escrito "Club 191", e um homem negro alto, de terno na porta, com os braços cruzados. Na entrada, o segurança deu uma comanda dizendo que haviam na casa 20 mulheres para 17 homens. Carlos pegou a comanda e subiu a estreita escada com luz neon vermelha, tão ofusca de dar dor nos olhos. A escada dava num grande salão, escuro com algumas luzes piscando, além da luz que vinha de trás do balcão do bar. O pouco de luz que havia no ambiente iluminava a moça semi-nua que dançava na barra de ferro no centro do salão. Algumas outras meninas circulavam pelo local, outras riam no colo dos frequentadores, além das que bebiam desanimadas no balcão do bar. Carlos se direcionou ao balcão e pediu uma cerveja. Nesse instante algumas moças o olhavam tentando imaginar suas intenções ali dentro, pois muitos dos que frequentam esses lugares, basicamente vão para beber e alisar as moças. Carlos fingiu que não percebeu as olhadas, e ficou observando as bebidas das prateleiras tomando sua cerveja. Uma das moças, uma loira alta, de meia calça arrastão, short de couro e uma blusa bem curta sentou-se ao lado de Carlos e tentou puxar algum tipo de assunto clichê de puteiro. Carlos respondia secamente dando mais atenção à sua cerveja. Pediu outra cerveja e continuou calado, não atenção à puta, que percebendo que aquele sujeito nada queria, se afastou fazendo careta. Mas na verdade Carlos queria uma das moças ali presentes, mas ele tinha uma tática para atrair a melhor. Comprar bebida e demonstrar desdém. Aos poucos umas quatro meninas fizeram o mesmo, de ir à ele tentar alguma simpatia, mas de nada valeu. Quando no relógio entrava na casa das duas da manhã, uma certa menina morena de pele clara saiu de trás de uma cortina no fundo do salão. Obviamente todos os varões presentes no recinto caíram de olhos na jovem menina de seios de fora, e uma minúscula calcinha que dava margem à sua tatuagem de borboleta perto da virilha. De nariz empinado, se dirigiu ao bar num passo elegante em cima dos grandes saltos. Encostou os cotovelos no balcão de costas para o garçom olhando como se não quisesse nada para o salão - Garçom! Um drink para a jovem aqui! - Pediu Carlos. A jovem moça o olha com um sorriso singelo na boca. O peixe mordera a isca. O garçom um pouco suado sacudia a coqueteleira enquanto a menina pegava um cigarro. Rapidamente surge um homem, com um isqueiro na mão oferecendo para ela. Assim que acendeu, ele se dirigiu ao seu ouvido e disse alguma coisa. Pelo reflexo do espelho, Carlos viu o gesto com a cabeça de negação da menina. O cara de camisa social se afastou e voltou em seguida, ao que parecia insistir, mas novamente a doce menina negou. Assim que o drink ficou pronto, a menina se virou para o bar e bebeu tudo e poucas goladas, enxugou os lábios com um guardanapo e tragou o cigarro e disse para Carlos - Vamos? - Carlos deu a última golada na cerveja ainda pela metade, e acenou com a cabeça. Ela segurou-o pela mão e o levou para um dos quartos.

Primeiro tirou a camisa, olhando em volta como era o quarto. Depois tirou as calças olhando para a menina, que ja estava deitada na cama, de lado olhando para ele. Em seguida os sapatos e meia
- Qual seu nome? - Perguntou Carlos
- Sophia, e o seu? - Respondeu ela.
- Maurício. Não queria revelar seu verdadeiro nome, assim como ela.
- Quantos tem Sophia?
- 24.
- Mentira.
- Veio para conversar ou pra foder? - Cortou a menina.

Então o puxou até a beira da cama descendo sua cueca e ali de bruços, fazia sexo oral em Carlos olhando em seus olhos. Carlos estava excitado, mas um tanto nervoso. A puxou delicadamente pela nuca e a tirou de seu pênis. Em seguida Sophia tirou o pouco de roupa que matinha no corpo e chamou Carlos para se deitar. Primeiro foderam um pouco papai-mamãe, depois de lado, rolaram pela cama e então foderam de bruços. Enquanto Sophia gemia fingidamente, Carlos não conseguia deixar seu pênis totalmente ereto. Parou um pouco para respirar e Sophia o olhava, um tanto ofegante.

- O que houve, cansou? Perguntou a prostituta.
- Nada. Respondeu Carlos vendo que seu pênis cada vez mais amolecia.
- Ta nervoso, é a primeira vez meu bem?
- Não, só um pouco cansado. Mentiu para diminuir a gravidade.
- Olha, podemos fazer alguma brincadeira... Você tem alguma fantasia?
- Não sei.
- Ah, todos têm.
- Não tenho nada em mente...
- Você é casado, tem namorada?
- Não.
- Mas já teve alguma namorada...
- Já sim. Respondeu já sentado na beira da cama, enquanto Sophia tocava seu clítoris.
- Qual o nome dela?
- Fernanda.
- Então agora você irá me chamar de Fernanda, tá?

Em poucos segundos veio todo um filme na cabeça de Carlos, voltando no tempo de escola, quando era apaixonado por Fernanda e se masturbava três vezes ao dia. Sophia o deitou na cama e voltou a fazer sexo oral em Carlos, que de olhos fechados se lembrava da boca delicada de batom rosa. Tentava imaginar que aquela sucção em seu pênis fosse de Fernanda, e logo se sentiu um rapaz de 12 anos. Aos poucos seu pênis foi ficando novamente ereto, e Carlos se levantou e começou a penetrar em Sophia que agora atuava como a jovem Fê. Enquanto fodia em cima da jovem "Fê", ela gemia e dizia de forma bem sensual - Vai Maurício! - Mas para a decepção seu nome de guerra o fez desconcentrar em sua bela fantasia. E então Carlos sussurrou no ouvido de Sophia - Carlos - Ela certamente achou que Carlos fosse o nome de alguém que ele queria imaginar fodendo a tal da Fernanda, mas não pestanejou e gemeu de forma mais intensa seu verdadeiro nome - Vai Carlos me fode vai!
Carlos a pôs de quatro e fodeu, agora com seu pênis ereto e intenso. Ela cada vez mais gemia forte, e gritava seu nome, alternando as palavras obscenas. Cada vez mais intenso, Carlos entrou em transe, a ponto de se ver no vestiário feminino do seu antigo colégio fodendo a paixão dos seus 12 anos, e então gozou como jamais gozaria em sua vida até então. Ofegante, caiu para o lado e respirava, olhando para o teto, ouvindo Sophia respirar cansada ao seu lado. Vestiu a roupa e saiu do quarto, sem dizer tchau. Pagou a conta de sua noite, pegou um taxi e foi embora. No caminho, morgava no banco traseiro, na altura do aterro do Flamengo ouvindo uma canção na rádio, dessas antigas que vem para nos trazer nostalgia. Nostalgia era a palavra do dia.


terça-feira, 13 de julho de 2010

Vermelho Cor de Sangue - Parte 12

Talvez o certo seja desistir. Talvez eu pare de beber. Talvez eu largue o cigarro, temporariamente. Talvez eu nem saiba quem sou eu.Talvez eu esteja ficando louco. Como num sonho ruim, onde tudo é muito escuro, e nada dá certo. Parece que a gente vai ficando cego, que por mais que tente abrir os olhos, a claridade forte não deixa, e então a cegueira fica confortável, e você só fica a ouvir. E de repente você acorda, e vê que toda cegueira não passou de um sonho, e toda aquela escuridão foi só sua cabeça tentando te amedrontar, pois na vida real, a claridade de chama para a vida, o sol forte que foge à perciana quebrada vem te acordar com tapas na cara. Se ele falasse estaria dizendo: Acorda filha-da-puta!


Depois de dramaticamente acordar um tanto assustado, o preguiçoso Carlos não vê mais saída para a aflição que carrega em seu peito. Nada te interessa na rua, e muito menos dentro de casa. Pois na rua ele alimenta a venenosa esperança de encontrar Constanza, e dentro de casa apodrece à espera da campaínha. Nesse vai-vem emocional, Carlos encontra no chão perto da porta um papel que muito parecia uma carta. Nela dizia "Para o dono dos quadros de merda". Imediatamente abriu o papel e lá havia sim, uma carta, ao que tudo indicava, da pessoa que esperava. Mas antes de ler afobadamente, respirou, sorriu, foi até a poltrona, acendeu um cigarro e então passou os olhos minuciosamente em cada palavra, vírgula, ponto, rasura, dos longos garranchos que no final assinava como "Sua Constanza inconstante".

Ficou um tanto apreensivo ao ler a carta, e se perguntando quanto tempo a carta já não estaria ali em sua porta, já que ela não datou no papel o dia que escreveu. Mas ficou tranquilo ao pensar que pelo menos os dias que vai se torturar à espera dela, serão menores. Na carta, além da bronca pela discussão no último encontro deles, ela diz que terá que se ausentar por um bom tempo, não deixando claro quanto tempo, mas ressaltando no último parágrafo que voltaria.
Assim, Carlos há de fumar e roer unhas, pois tanto ela pode chegar amanhã, no próximo verão, ou então tarde demais, aponto de não encontrá-lo.