Com menta naquele lugar. É bom.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Cafetina


Quente e amargo, não necessariamente amargo, mas sem açúcar. Não se consegue ver o fundo da xícara. Algumas colheres de açúcar, uma mexidinha, o deixando em redemoinho. Já não tão quente como antes, vou bebendo, tomando meu cafezinho (carioca é claro). Um cigarro para a vaso dilatação e para o tempo passar, relaxo.

Quando percebo, já vejo o fundo da velha xícara, logo uns goles depois (prazerosos até então) e este acaba.

Gostosa, séria, não necessariamente séria, mas fechada. Além dos olhos tristes e azuis, não consigo ver “nada”. Com algumas notas de pouco valor e um pouco de lábia a deixando atiçada e sedutora. Já não me parece tão gostosa, e vou beijando, apalpado seu corpinho de ninfa. Quando já me dou conta, já geme em meus braços como uma chula indefesa. Na cama és fria do corpo quente (não reconheces o talento que tem). Um pouco mais forte, mais intenso e temos o orgasmo (ou talvez só eu tenha tido). O velho cigarro pra relaxar e como o café de algumas horas antes, tudo acaba. Tão rápido, tão mecânico, tão bom.

Tomar um café e tragar um belo cigarro é como transar com uma prostituta. É tão bom quanto. Café e nicotina, combinação perfeita, o que tenho o carinho de chamar de “cafetina”(um tanto irônico). Tamanha semelhança presente na combinação “sexo mais dinheiro”. Combinações nada saudáveis, mas que nos rende um bom passa-tempo e até um bom texto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Musicas que acompanham essa leitura :
Whisky e Blues ( da banda Bebados habilidosos )
Canceriano sem Lar ( Raul Seixas / Blues Etilicos )