Com menta naquele lugar. É bom.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vermelho Cor de Sangue - Parte 16

Era uma noite que antecedia o carnaval. Fazia um calor descomunal, e toda a cidade já estava enfeitada com fitas coloridas nos fios dos postes. Uma energia diferente circulava entre as ruas de Santa Tereza. Música até depois das dez horas da noite, bares cheios, crianças acordadas até tarde e muita lata pra cachorro virar. Naquela noite, já perto da meia-noite, começou a chover forte apesar do calor, num intervalo pequeno de dezenas de minutos, se ouvia algumas pessoas correndo rindo, brincando naquele aguaceiro que caía. Carlos foi até a varanda, sentir um pouco daquela chuva que dava boas vindas ao carnaval refrescando os mascarados que vagavam àquela hora nas ruas. Ouvindo passos não-lineares batendo ora forte, ora fraco, cambaleante nos paralelepípedos, Carlos avista uma mulher de vestido preto, ensopada, com um andar meio bêbado, tentando fixar uma direção. Imediatamente pensa em ajudá-la e então desce do jeito que se encontrava até a tal mulher. Quando sai de sua porta, a mulher está encostada em um muro, segurando uma máscara de carnaval veneziano. Quando vê a aproximação de Carlos, ela leva a máscara ao rosto e pergunta:
-O que queres meliante?
-Só vim saber se está bem.
-Claro que estou bem, pode voltar para seus aposentos. Responde a menina, entonando uma postura teatral.
-Tem certeza? Está enrolando a língua para falar.
-Claro meliante. Xô!
-Tudo bem. Boa noite! Carlos responde dando as costas em seguida.
Mas a jovem menina o manda parar. Carlos pára e olha para trás. Então ela o chama de volta acenando com o dedo. Carlos se aproxima e então a menina tira a máscara, mostrando sua face delicada molhada e aparentemente cansada - Senti saudades de você - Carlos continuou parado, olhando fixamente nos olhos da guria.
-Me perdoa a distância, meliante.
-Logo numa noite de carnaval - Responde Carlos.
-Você não sabe o que significa o carnaval.
-Não significa nada.
-Assim como sua obra, seu bandido.
-O que quer dizer com isso? - Pergunta inquieto.
-Você não entende a liberdade da vida, das coisas...
-O amor só é livre quando é amor à dois.
-Sua obra reflete teu coração. Foi por isso que o deixei.
-Você jogou fora o meu amor, nosso amor. Literalmente.
-Fui embora justamente porque não entende nada de amor, ou arte.
-Me senti violentada, presa.
-Te dei a maior liberdade do mundo, mas você foi tão infantil quanto essa máscara que carrega.

Ela larga a máscara no chão, enquanto uma lágrima se perde com a água em seu rosto e o beija. Um beijo quente, de abraço forte. Em seguida os dois se desculpam simultaneamente e acham graça, depois se beijam e se abraçam com mais força, ali no meio de toda aquela chuva de verão, no meio de todo aquele carnaval.
Foram para casa, os dois juntos, abraçados em silêncio. Ao entrar, Constanza olhava tudo com o olhar de novidade. Carlos pegou algumas roupas suas para ela vestir e foi se enxugar. Enquanto se enxugavam, atnes que se vestissem, se olharam e não conteram o instinto, se agarrando e ali despindo o pouco de roupas molhada que escondia seus corpos. Foram para o quarto esbarrando pelas paredes, quase ficando pelo corredor, mas a cama os puxava. Deitaram no colchão com alguns rasgos, sem lençól e foram se chupando e se mordendo, ofegantes, com sede e fome de meses. Ora Constanza contraía todo o corpo com arrepíos, ora relaxava e se deixava possuir quase em transe. Carlos ía com fome, agarrava com força, mordia, batia, e ela gostava e em resposta o arranhava. Fodiam como nunca antes, sexo com amor e saudade. Se prendiam um ao outro como se fossem fundir seus corpos e gemiam alto, como se não houvesse mundo. Assim que gozaram juntos, descansavam amontoados, carne, suor e porra. Enquanto Constanza descansava, deitada sobre o peito de Carlos, levanta-se rápido e pede para que Carlos a espere e sai do quarto. Depois de alguns minutos, Constanza pega Carlos pelo braço e o leva até a sala. No chão, pano de tela forrado com algum bocado de tinta derramado na tela. Em seguida deitou-se de frente para Carlos de pernas abertas, o chamando. Carlos então deitou-se sobre ela e sem pré-eliminares começaram a foder ali no chão, rolando entre a tinta derramada sobre a tela. Novamente gozaram arte, como uma forma de voltar atrás naquilo que erraram. Fizeram amor até perto de amanhecer e então pararam exaustos. Ainda sem falar nada, foram para o banho, onde se acariciaram e se masturbaram e se limparam de toda aquela tinta. Ao sair do banheiro, Constanza preparou um café, enquanto Carlos fazia algo para comer. Beberam café sentados no chão, perto da varanda, nus, ainda sem dizer uma única e qualquer palavra. olhavam o sol nascer e dizer boas vindas ao amor. Os blocos tomavam as ruas, o sol trazia calor e alegria, Carlos e Cons dormiam, com os corações tomados de folia.

Um comentário:

Bruna Fernandes disse...

AHHHHHHHH sabia rsrs

ela voltou logo no carnaval =s mas voltou hihi